quinta-feira, 18 de setembro de 2014

ABUTRES E CALOTEIROS

                                                               ABUTRES E CALOTEIROS
É por demais conhecida a soberba argentina. Ainda na última Copa do Mundo, nos jogos da sua seleção, os brasileiros provocavam os torcedores do Messi, Di Maria e Cia. dizendo que eles não se davam por satisfeitos comprando um ingresso por pessoa. Cada argentino comprava dois ingressos, um para si e outro para o ego que cada um deles carrega.
Sobre a dívida da Argentina para com investidores dos EUA, a expressão mais empregada é: eles são abutres. Já os credores devolvem as provações dizendo que os argentinos são caloteiros. É claro que ferir seu orgulho, é demais para a soberba dos hermanos. Aliás, soberba que é antiga, fortemente estimulada no governo Carlos Menem (1991 e seguintes), quando o seu ministro da Economia, Domingo Cavallo, que melhor pronúncia seria se o seu sobrenome tivesse um “l” só, deu ao peso equivalência de dólar: um peso valia um dólar. É claro que foi uma medida artificial. Mas a mágica cria situações que a vida real às vezes demora a desmistificar.
Hoje, o abacaxi está nas mãos da presidente Cristina, como, até bem pouco, esteve com Néstor. É do casal presidente - ele morto, ela reinando - a expressão abutres, como forma de humilhar aqueles que apenas querem receber o dinheiro que emprestaram aos caloteiros argentinos. Até aqui, tudo bem. Cada um usa a arma que tem. Aliás, em briga de bugios, a arma dos primatas é ... é isso mesmo. Faz mais estrago pelo mau odor que exala do que pelo impacto contra o alvo.
Independente de se saber se a culpa é de abutres ou de caloteiros ou de ambos, li uma matéria interessante sobre o patrimônio constituído pelo casal Kirschner quando Néstor, em Rio Gallegos, era advogado da Finsud, uma financeira que operava com cobranças. Quando o falecido presidente, como advogado, sabia que um proprietário deixava de pagar a parcela mensal do crédito, ele ia até a casa do devedor e explicava suas opções: a) ter a casa leiloada e ficar sem nada; a) vender a casa ao próprio advogado. Em apenas cinco anos, o casal “comprou” 22 propriedades, de pessoas que não podiam pagar - a preço de galinha morta.
Bem se vê que o conceito de abutre muda de devedor para devedor, de credor para credor.

                                                      NEGÓCIO DA CHINA OU DE CUBA
O Mais Médico é um fabuloso negócio que se divide em dois tentáculos: a) um para o lado econômico, em benefício da “democracia” de Cuba; outro para o lado eleitoral, em favor da reeleição da Dilma.
Só para relembrar, em agosto de 2013, chegaram ao Brasil os primeiros médicos cubanos com a finalidade de aumentar o número de consultas em regiões carentes. Um programa bom para os dois países: para Cuba, que passou a faturar financeiramente muito; para o governo do Brasil, que passou a faturar politicamente.
O balanço desse ano de funcionamento, com 11.400 médicos cubanos, apresenta o seguinte resultado: os cofres do ditador Raul Castro receberam, só do Brasil, R$ 1.160.000.000,00, e a Organização Pan-Americana de Saúde R$ 260.000.000,00. Para cada médico, o governo brasileiro paga R$ 10.400,00, só que, desse valor, 70% é confiscado pela ditadura de Cuba. Portanto, sobra para cada profissional apenas R$ 3.120,00. Ora, se isso não é trabalho escravo, é o conceito de trabalho escravo deve mudar.  

                                                                   HIPOCRISIA
No funeral de Eduardo Campos (PSB), vi políticos lamentando, outros chorando (lágrimas de crocodilo) a morte do candidato a presidente. Alguns são os mesmos que, não fosse a tragédia, logo adiante estariam achando defeitos e crucificando o ex-governador de Pernambuco. Mas na hora da dor, os oportunistas de plantão se apresentam. Alguns estavam inconsoláveis. É, morreu, vira santo. Ouvi, por exemplo: “Ah, quanta falta fará!” “Ele foi um exemplo de homem público.” “O Brasil está de luto e nós, brasileiros, órfãos.”
Ao Lula e a tantos outros menos votados que procuraram faturar com a desgraça da família Campos, cabe a frase do grande Machado de Assis no conto O Empréstimo: Está morto. Podemos elogiá-lo à vontade.”

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