quarta-feira, 25 de março de 2015

ESTELIONATO ELEITORAL

Na campanha eleitoral de 2014, a candidata Dilma Rousseff, com a convicção de um religioso em tempo integral, fez, entre outras, as promessas de que, em seu 2º mandato, não haveria tarifaço; não haveria aumento dos juros; não haveria mudança nos direitos trabalhistas (“direitos trabalhistas são conquistas dos trabalhadores”); e a educação será a prioridade das prioridades. Não satisfeita, denominou essas quatro questões de pacote de maldades que o candidato Aécio Neves estava preparando para torná-las realidade se ascendesse à presidência da República. Como medidas impopulares por mexeram com o bolso do povo, não importou a negativa do candidato de oposição: as promessas viraram propostas da candidata à reeleição. Com isso, não tenho dúvida que ela amealhou milhares de votos, suficientes, talvez, para decidir a seu favor o pleito que se mostrava acirrado, confirmado pelo resultado oficial.
 No entanto, passados menos de 30 dias da sua posse, a reeleita presidente adotou exatamente as quatro medidas que ela, ardilosamente, dizia serem o presente de grego (alusão ao Cavalo de Troia)preparado pelo seu concorrente. De quebra, Dilma também acaba de vetar a correção da tabela do imposto de renda, que está com uma defasagem acumulada de 60%. Em consequência das promessas, rapidamente jogadas no lixo, a presidente decretou o fim dos subsídios na eletricidade. Com isso, as tarifas subirão mais de 30%; mudou, em desfavor dos trabalhadores, o seguro-desemprego e o abono salarial; fez um corte de 7 bilhões de reais na educação; e recriouCIDE, um tributo sobre a gasolina e o diesel. Mas que ninguém se apavore. Isso é só o começo. Também que não se espere racionalidade desse governo, como reduzir ministérios e cargos de confiança, cortar viagens, diárias, cartão corporativo etc. Como se vê, as medidas adotadas, talvez necessárias neste momento, objetivam arrumar as finanças que o próprio governo esculhambou para se manter no poder.
 Agora, a água está batendo no nariz da presidente Dilma, e continua subindo, subindo. Com isso, o que estava represado passou a se mover perigosamente. Só que jogar a culpa no antecessor, como de hábito fazem os gestores públicos, no caso da governança da União não vai dar: seria uma crítica a si própria. Esse freio é uma das poucas virtudes do instituto da reeleição. Então, desse expediente não poderá lançar mão. No popular: comeu a carne, lambe o osso. Ou, quem pariu Mateus, que o embale. 
 Volto ao ponto de partida para dizer que a eleição presidencial foi um estelionato eleitoral. Por isso, se o Brasil fosse um país sério, a presidente Dilma deveria renunciar ou sofreria impeachment.  Mas nada vai acontecer. Em o livro “O NOBRE DEPUTADO”, recém lançado, o juiz de Direito MARLON REIS, da 59ª Zona Eleitoral do Maranhão, demonstra que as eleições brasileiras estão mais para a farsa do que para o exercício da cidadania. Segundo ele, salvo exceções, vence quem mais promete e mais dinheiro tem.
 Já aqui no Estado acompanhamos a guerra dos números entre o ex-governador e o atual. Tarso sustenta a melhora das contas nos últimos quatro anos. Sartori sustenta o contrário. Como o atual governador está se louvando em auditoria independente, estou inclinado a dar-lhe crédito. Também pode-se dizer que, até aqui, vai bem. É verdade que, ao sancionar seu próprio aumento salarial, jogara por terra seu discurso de candidato. Mas como teve a grandeza de recuar, fez do limão, limonada.

 Entre as medidas corretas que tomou, cortou secretarias, está eliminando autarquias e reduzindo CCs. Não que seja a salvação da lavoura. Mas tem a virtude do exemplo. Na prática, aquilo que tantas vezes ouvimos: o exemplo vem de cima. Ora, governante que não dá o exemplo, nada pode cobrar dos seus governados. Falta o Sartori eliminar as desnecessárias coordenadorias regionais (educação, saúde, obras etc), há muito, meros cabides de emprego

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