O Brasil tem terras férteis
abundantes, a maior reserva de água doce do mundo, luminosidade, clima propício
e povo trabalhador. Quer dizer, tem tudo para ser uma potência. Só que os
governos desprezam nossas dádivas. No começo deste milênio, o País experimentou
razoável desenvolvimento, mas o presidente Lula, ao invés de investir em
setores vitais, jogou dinheiro público no ralo, inchou o Estado, perdoou
dívidas de países governados por seus
semelhantes ideológicos. Fugaz, o ciclo de ouro cedeu lugar ao deficit público,
a aumentos generalizados, a incertezas e à volta da inflação.
No plano ético, pior ainda. No
horizonte só se vê nuvens negras. Terminou o Mensalão, começou o Petrolão.
Depois do Petrolão surgirá outro ... O governo central, em 2014, gastou R$ 20,5
bilhões a mais do que arrecadou. É que gastanças, mesmo irresponsáveis, dão
votos. Empreiteiras de obras públicas, também. Mas as eleições passaram e a
bomba ficou no colo de quem acendeu seu estopim. Então, para não incorrer em
crime, a presidente Dilma mudou a Lei de Responsabilidade Fiscal. Quer dizer,
voltou a andar para traz.
No RS, os destaques são: 1) a
oceânica dívida pública, deixada pelo Tarso, e a crise do leite, obra de
pessoas inescrupulosas que desprezam a saúde alheia em nome do lucro fácil.
Alguns desses criminosos estão presos, só que o leite gaúcho, dada a péssima
imagem que a falcatrua deixou, está sobrando, para desespero da cadeia
produtiva.
O futuro do Brasil é nebuloso. Agora,
chegou a vez da água e, da sua escassez, o comprometimento da geração de
energia, já que a matriz é hídrica, e a produção de alimentos. Por ironia,
estamos ameaçados de morrer de sede, não por culpa de S. Pedro.
O Brasil tem 12% da água superficial
do Planeta, 80% na Amazônia. Mas a destruição do pulmão verde do Continente
conduz à desertificação. Urge que o governo deixe de contemplar a tragédia
anunciada. Fiscalize. Traga para a sua trincheira os demais países que a
compõem: Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Suriname, Guiana e Guiana
Francesa, bem como os beneficiários, ainda que indiretos, do ecossistema.
A natureza é sábia, mas não é
infinita; os seus recursos naturais dependem uns dos outros. Os rios precisam
de mata ciliar; as nascentes, de vegetação. Ora, as águas estão poluídas; os
alimentos, envenenados. O efeito estufa é uma realidade. Não sou contra o
agronegócio, até porque ele foi a ‘salvação da lavoura’ nos últimos anos. É a
nossa galinha dos ovos de ouro. No entanto, não se pode produzir a qualquer
preço. Para o setor, duas coisas, apenas, em sentidos opostos, se sobressaíram
nos últimos anos: de um lado, o plantio direto, que melhora a terra e evita a
erosão e o assoreamento dos rios, e o incentivo, mesmo tímido, à irrigação -
para o bem do meio ambiente; de outro, o Roundup, nocivo à saúde, e os
transgênicos, de efeitos duvidosos - para o bem da Monsanto.
A escassez
de água no Sudeste põe em alerta o País, porquanto está comprovado que a falta
de chuva em SP tem a ver com o desmatamento da Amazônia. É que o corte das
árvores da floresta significa o corte invisível dos “rios voadores”. E sem
essas correntes que carregam umidade, nuvens de chuva cedem lugar a nuvens
negras, letais.
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