Passados o Natal e o Ano Novo, volto
a este espaço. Como estamos no limiar de um novo ano, vou alinhavar algumas
coisas que desejaria não mais ouvir em 2015. Coisas modestas tanto no conteúdo
quanto na extensão:
(1) que não precisasse, nas reuniões,
nas saudações, ouvir as referências “a todos e a todas”. No Estado, o
governador Sartori talvez me livre desse pedantismo que torra a todos e de
todas. Perdão! A repetição pega, inclusive para quem detesta a expressão. Ou
será que fui contaminado pelo politicamente correto? Voltando ao ponto, lembro
que a minha geração passou por duas reformas da língua portuguesa, mas nenhuma
determinou que alguém, ao se dirigir a uma plateia mista, separasse homens e
mulheres. Eu sei, o cordão dos puxa-sacos “cada vez aumenta mais”. Assim,
“todos e todas”, bem como “presidenta”, continuarão, mas que ao menos fiquem
restritos aos bajuladores, para os quais o afago aos ídolos equivale a orgasmo;
(2) que o ano de 2014 fosse deletado
por todos e todas. De novo! É, tropecei. Perdão. Mas por que deletá-lo? Pelo
assalto à Petrobras, a empresa outrora orgulho nacional, por uma quadrilha do
próprio governo federal, agravada, tal circunstância, pela cegueira dos
mandatários do Brasil, haja vista que Lula e Dilma nada de irregular viram. Coitados!
Também não entenderam as denúncias que lhes chegaram. Que cegueira! Mas também,
aquela gerente da Petrobras, foi sutil demais! Ora, ela, ao invés de falar em
roubo, assalto, extorsão, falou em contratos superfaturados, coisas, por óbvio,
para além do QI dos dois mandatários.
(3) que não mais faltasse água em
Santa Rosa. A propósito, a Corsan, com a arrecadação que tem, não ter gerador
próprio de energia, é deboche. Isso apenas confirma o que já escrevi. A pior
solução, quando terminou o contrato, foi, o Orlando Desconsi, renová-lo com a
estatal por mais 25 anos. O ideal teria sido, pela ordem: 1º, o Município
encampar o serviço; 2º, abrir licitação. Renovar com a Corsan, sem licitação,
não deveria sequer ter sido cogitado. E por que o ex-prefeito renovou o
contrato com a Corsan? Porque, quando candidato, assumiu o compromisso com o
sindicato da água de assim fazer. Quer dizer, em nome do corporativismo, trocou
milhares de contribuintes – ou sejam, nós, os otários - por meia dúzia de
sindicalistas.
(4) que o governo federal eliminasse
da sua estrutura organizacional metade, pelo menos, dos 39 ministérios e, pelo
menos, 10 mil de cargos de confiança, tanto uns quanto outros moedas de troca
no balcão de negócios entre a presidente Dilma e partidos políticos;
(5) que falácia do tipo “no meu
governo, doa a quem doer, tudo será apurado, e os culpados, punidos”, não
soasse apenas verdade a la Pinóquio (fantasia de Carlo Collodi);
(6) que a ficha limpa passada a Paulo
Maluf (PP),pelo TSE, e pelo governo aos seus partidários,não se estendesse a
outros políticos envolvidos no Mensalão, na Petrobras etc;
(7) que a Comissão da Verdade
revisasse sua posição para não passar para a história como a Comissão da
Vingança;
(8) que as vagas abertas no STF não
mais fossem preenchidas por figuras como Tófoli, Lewandowski etc, mas, sim, por
juízes capazes e desassombrados como Sérgio Moro (Lava-Jato) e Joaquim Barbosa
(Mensalão do PT);
(9) que o controle do desmatamento da
Amazônia, que o governo se gaba exercer, não fosse mero engodo para agradar aos
incautos;
(10) que o
consumo de alimentos contaminados por agrotóxicos fosse coisa do passado.
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