terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A LEI É PARA TODOS

Em 1989, coordenei a nível regional a candidatura vitoriosa de Collor à presidência da República. Como se sabe, em seguida foi atropelado por uma Elba. No entanto, nada a opor ao Impeachment que o afastou do poder. O processo respeitou a ampla defesa e o devido processo legal. Logo, não foi golpe, assim como não o será se, comprovadas as denúncias veiculadas pela imprensa, processo idêntico vier a ser instaurado contra a atual presidente. É que nem Collor, antes, e nem Dilma, agora, estão acima da lei. Impeachment é o castigo para governante que desonra a faixa presidencial.

Na época, estive duas vezes com Collor. Em ambas se mostrou determinado, correto e capaz. Enfim, tive a impressão que reunia os predicados para exercer o mandato presidencial. Só que eu não sabia que ele era um moralista de maus costumes. Isso, porém, não me impede de dizer que, como presidente, teve a coragem de acabar com a reserva de mercado da informática e chacoalhar a indústria automobilística. A propósito, creio que as mesmas razões que me levaram a optar pelo caçador de marajás, milhões, pensando, no bem do Brasil, assumiram Lula. Hoje, muitos recuaram, mas outros tantos não perceberam, ou não querem perceber, em que mato se embrenharam.

Na Operação Lava Jato, a PF, cumprindo mandado judicial, apreendeu na Casa da Dinda três automóveis de luxo do Collor (Ferrari, Lamborguini e Porsche) e um Rolls-Royce lhe escapou. São quatro carrões que ele omitiu na declaração de bens à Justiça Eleitoral e deve IPVA. Quer dizer: a) sonegou bens à Justiça Eleitoral; b) não pagou impostos. Mas o senador alagoano foi mais longe: chamou a PF e o MPF de arbitrários e de outros impropérios.

Ora, o mandado foi expedido pelo STF. O que está ocorrendo com “honoráveis” é que, graças à PF e ao MPF, este com mais poderes a partir da Carta de 1988, e com o juiz Sérgio Moro na apreciação da Lava Jato, bandidos do colarinho branco são processados e, devendo, punidos. É possível que, em meio a essa cruzada patriótica, inocente venha a ser investigado, e, por decorrência da falibilidade humana, condenado. Mas seria a exceção. No Mensalão, por exemplo, nenhum inocente foi condenado.

O Brasil vive uma overdose de corrupção governamental que induz a uma certa insensibilização. São tantos os escândalos que até parecem “normais”. É, pois, hora de apoiar a Operação Lava Jato bem como novas operações que venham a investigar o BNDES, a CEF e outros. É hora da indignação. Povo sem indignação, é povo cúmplice por omissão. Já ao juiz referido, à PF e ao MPF não tem faltado coragem. Só que estão mexendo com oligarquias e com políticos inescrupulosos.

Outro dado anti-republicano: o cerco aos tribunais. Com rejeição nunca antes vista, a presidente Dilma faz de tudo para se salvar. Faz pouco, promoveu um encontro, em Lisboa, com Lewandowski. O min. Zavascki, que estava no mesmo hotel e com a mesma missão do presidente do STF, foi ignorado. Isso suscita dúvidas: por que reunião secreta e em Lisboa? Por que Zavascki não foi convidado?

Especula-se que a reunião foi para livrar Lula da cadeia e Dilma do Impeachment. Eu, no entanto, que sou Eremildo, o Idiota do Elio Gaspari, não acredito na versão. O assunto foi bioética. Dilma e Lewandowski  discutiram o futuro dos embriões congelados, fornecidos por anjos. Por anjos? Sim, como os anjos são hermafroditas, se reproduzem sem a junção de espermatozóide (homem) com óvulo (mulher). Logo, um problema dessa magnitude só poderia ser tratado às escondidas, fora do país e longa da imprensa ‘marronzista’ do Odorico Paraguaçu.

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