terça-feira, 12 de janeiro de 2016

BRASIL, PÁTRIA EDUCADORA

Brasil, Pátria Educadora, é o slogan escolhido por Dilma Rousseff para o seu 2º mandato presidencial. A escolha é sugestiva. Induz a uma louvável opção de prioridade. Afinal, a Pátria que educa é a Pátria que investe nas pessoas. Consequentemente, é a Pátria que prepara o seu futuro. No entanto, por mais sugestivo que seja, não basta o slogan. O slogan é apenas uma frase de efeito que indica um determinado ponto a ser alcançado. No entanto,se  divorciado de ações concretas, torna-se um discurso cheio de nada e vazio de tudo.
O Brasil vive essa contradição. Um slogan muito bem concebido virou discurso vazio. A propósito, primeiro, foi a redução do FIES, afastando milhares de estudantes das universidades; agora, o corte de recursos do MEC (R$ 9,4 bilhões) a afetar milhões de estudantes de todos os municípios.
O governo federal fez um corte de R$ 69,9 bilhões no orçamento de 2015. Não discuto o mérito desse contingenciamento. O governo tem suas razões para o tal, tudo porque, como é público e notório, em 2012, pela obsessão ao seu projeto de poder gastou mais do que podia e, de quebra, não fez os ajustes que devia. Com isso, as contas públicas se deterioraram. Hoje, encontra-se assim: se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come.
 Diante desse quadro, tornou-se inevitável o corte. Esperava-se, porém, que não atingisse os já insuficientes recursos da educação, saúde e segurança. Também esperava-se que o governo cortasse na carne, reduzindo ministérios e cortando gastos. Mas não é isso que se viu: em tendo que cortar, cortou em prioridade indiscutível – na educação.
Como se sabe, todos, a todo momento, fazemos opções. À opção do cidadão, ninguém tem nada a ver. Já, para o agente político, há uma regra proibida: criar um mal maior do que aquele que ele busca combater. No caso, o governo cortou na educação. Poderia ter cortado no bolsa família, na redução de ministérios e de cargos, no cartão corporativo etc, e vetado o aumento ao Fundo Partidário pelo Parlamento (R$ 867,5 milhões).
Mas não. Como tudo é uma questão de prioridade, o governo fez suas opções. Logo, o Brasil, Pátria Educadora, no 1º teste, foi reprovado pelo próprio criador. Em apertada síntese, tem-se que o slogan oficial, Brasil, Pátria Educativa, melhor seria se rebatizado para Brasil, Pátria dos Mais Iguais, restando, como sempre, para os desiguais, vendavais.
Agora se anuncia que o governo federal, preocupado com a sua imagem, prepara ações. Com o diagnóstico, concordo. Os índices de reprovação confirmam o desgaste. Então, anuncia medidas através da mídia, passando para o povo, é claro, a ideia de administração priorizando o essencial. Com as medidas, discordo.
  Sobre a ideia, a força da imprensa é imensa. O marketing é capaz de transformar lixo em luxo. Mas os contribuintes devem distinguir informação de proselitismo. Portanto, devem saber que toda matéria veiculada na imprensa é paga. Em sendo em horário nobre, maior é o desembolso do Tesouro Nacional. Mas, para a opinião pública, como sempre, será passada a ideia de ser institucional, quando, subreticiamente, será exaltação às autoridades. O slogan Brasil, Pátria Educadora, é um filho rejeitado pela mãe antes do 1º choro.

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