terça-feira, 12 de janeiro de 2016

FEIRA DO LIVRO

Terminou, no último final de semana, mais uma edição da Feira do Livro, a 11ª. Trata-se de evento que já ultrapassou as fronteiras do município. A exemplo da feira de Porto Alegre, matriz de todas as demais do Estado, a de Santa Rosa também tem seu patrono. Este ano, meritoriamente, uma patronesse: Maria Inez Flores Pedroso. A organização do evento - impecável, diga-se de passagem - também homenageou Juremir Machado da Silva, presença diária no Correio do Povo e na Rádio Guaíba. De igual sorte, no evento fiz minha estreia em campo até então desconhecido com o livro de crônicas Registros de Um Tempo. Imaginem, até sessão de autógrafos tive! Foi um dia de orgasmo intelectual. No momento de autógrafos, porém, me senti um tanto desajeitado ao me deparar com a importância cultural do evento. A adrenalina aumentou ainda mais ante o temor de ter gerado falsa expectativa. No entanto, fui exorcizado dos meus medos com as palavras do prefeito Alcides Vicini e do editor Clairto Martin.
Ao autografar o livro, vivi um momento nunca antes imaginado muito por conta da mística que para mim, até então, envolvia os escritores, qual seja: só aos superdotados estava reservado o direito de expor criações literárias. Agora percebi, ainda que com atraso - menos mal que nunca é tarde para aprender - em especial nas leituras de Mário Sérgio Cortella (Não Nascemos Prontos e Não Espere pelo Epitáfio) que se constrói, construindo; que se aprende a fazer, fazendo. Percebi que não existe fórmula acabada nem mágica, mas construção passo a passo. Percebi que Deus me deu a ilimitada capacidade para entender a limitação da minha capacidade, e assim, errar pela ação, engrandece; acertar pela omissão, não.
No lançamento do livro voltei no tempo. Senti-me um adolescente ingressando na idade adulta, fase esta em que cada conquista, por minúscula que seja, é uma carta de alforria. Para mim, é o sexto filho. Explico: da minha união com a Lenir nasceram Rafael, Carla, Carolina e Mateus. E dois provém de relações extraconjugais: o 5º, o Musicanto Sul-America no Nativismo; o 6º, o livro Registro de Um Tempo. Todos no mesmo nível. Filho é assim: não tem defeito. Até as eventuais palmadas na bunda são dadas por amor. É que, sem limite, não há limite. Aliás, a falta de limite equivale ao desamor.
Um dos momentos altos da Feira foi a palestra do consagrado Juremir Machado da Silva. Entre várias lições deixadas, disse que o cronista, e nessa categoria como aprendiz me incluo, tem o direito até de ser incoerente – não dizendo, porque o óbvio não precisa dizer: desde que reconheça sua incoerência. Disse que escrever crônicas é destacar as coisas do quotidiano. Mais uma vez disse o óbvio, é claro. Coisas simples, só que, ditas por quem sabe mais, tem outro peso. É o argumento da autoridade.
Para finalizar, com orgulhoso registro um pedido do livro Registro de Um Tempo. É do Jacob Petry, ex-assessor de imprensa da PM local, residindo nos EUA. O seu 1º livro, O Céu é de Pedra, tive a honra de ser o revisor. O Enigma da Mudança e Ilusões Perdidas, li. Obrigado, Jacob! Pela sua inteligência, vôos ainda mais altos lhe são reservados.
P.S. Na edição anterior, ao citar o nome do ex-presidente do Uruguai, escrevi Mujica com g. Faço a correção, com escusas aos leitores.

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