Nas
últimas décadas, a qualquer ameaça de desabastecimento dos supermercados, as
famílias norte-americanas passavam a estocar Coca-Cola. Quer dizer, poderiam
faltar em suas mesas o arroz, o feijão, a carne etc, não o refrigerante que há
muito o mundo escolheu como seu preferido, enganosamente apresentado pelos
fabricantes como símbolo de atletismo, de status social e de sucesso. Inegavelmente,
a Coca-Cola é a estrela maior da constelação dos refrigerantes. Presente em
mais de 200 países e com mais de 700 mil funcionários, produz uma bebida
saborosa. Importa afirmar que, a julgá-la pelo paladar e pela sensação de
refrescância que provoca, não dá para reprová-la.
No
entanto, como ensina o velho ditado, nem tudo que reluz é ouro. Criada em 1886,
inicialmente como remédio, a Coca-Cola patrocina milionários comerciais dos
esportes e das pessoas de sucesso. De uns tempos para cá, porém, os próprios
consumidores viciados com a bebida começaram a perceber o engodo. Então, o que
era indiscutível passou a ser questionado. Mais que isso, a substituição da
Coca-Cola, ou melhor, de todos os refrigerantes pela água potável, está sendo
ditada pela crescente obesidade das pessoas e, como consequência, pelo aumento
de diabetes e elevação dos níveis de colesterol.
O que
está levando os consumidores a abandonarem o produto, basicamente se resume a
dois dos ingredientes da sua composição: o açúcar e o sódio. A fabricante
Coca-Cola, que cresceu ocultando seus componentes além da água, quando
ameaçada, desenvolveu as versões Diet, as quais, porém, têm mais sódio do que
os tradicionais produtos da marca. É que o principal adoçante do refrigerante é
o Ciclamato de Sódio.
Essa
carga de problemas, com reflexos na saúde, e um novo e bem montado marketing
das indústrias, atualmente estão levando as pessoas a optarem pelos sucos
industrializados. No Brasil, esse mercado cresceu 76% na última década. À
primeira vista, ótimo. Só que nessa nova onda de bebidas aparentemente mais
saudáveis, também há propaganda enganosa - a grande quantidade de açúcar que
contém.
A
Coca-Cola, preocupada com a campanha de desqualificação do seu principal
produto, passou, então, a investir no refrigerante com baixas calorias. Prova
disso é a volta do produto Light depois de cinco anos em que sua única opção
era a Zero. Então, ao consumidor exigente cabe optar pela nunca contestada água
potável e pelo vinho de boa qualidade, este em doses moderadas segundo os
especialistas da área.
Como
contraponto ao mal que fazem os refrigerantes, algumas providências se impõem:
(1ª) a proibição da publicidade de refrigerantes; (2ª) a inserção de
advertência dos seus malefícios nas suas embalagens; (3ª) a proibição da venda
de refrigerantes nos barzinhos (cantinas) de escolas. Assim como a venda de
bebidas de álcool é proibida a menores, por que não fazer o mesmo com os
refrigerantes?
Tomemos o exemplo do cigarro. No Brasil, em face da proibição da sua
propaganda, aliada à inserção em suas carteiras de frases de alerta dos
problemas que causa o tabaco, cresce célere a consciência da sua rejeição. Com
isso, o número de fumantes que em 1989 era 35%, em 2014 caiu para 11%, e com
tendência a cair ainda mais
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