terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O CONSUMO DE REFRIGERANTES

Nas últimas décadas, a qualquer ameaça de desabastecimento dos supermercados, as famílias norte-americanas passavam a estocar Coca-Cola. Quer dizer, poderiam faltar em suas mesas o arroz, o feijão, a carne etc, não o refrigerante que há muito o mundo escolheu como seu preferido, enganosamente apresentado pelos fabricantes como símbolo de atletismo, de status social e de sucesso. Inegavelmente, a Coca-Cola é a estrela maior da constelação dos refrigerantes. Presente em mais de 200 países e com mais de 700 mil funcionários, produz uma bebida saborosa. Importa afirmar que, a julgá-la pelo paladar e pela sensação de refrescância que provoca, não dá para reprová-la. 
No entanto, como ensina o velho ditado, nem tudo que reluz é ouro. Criada em 1886, inicialmente como remédio, a Coca-Cola patrocina milionários comerciais dos esportes e das pessoas de sucesso. De uns tempos para cá, porém, os próprios consumidores viciados com a bebida começaram a perceber o engodo. Então, o que era indiscutível passou a ser questionado. Mais que isso, a substituição da Coca-Cola, ou melhor, de todos os refrigerantes pela água potável, está sendo ditada pela crescente obesidade das pessoas e, como consequência, pelo aumento de diabetes e elevação dos níveis de colesterol.
O que está levando os consumidores a abandonarem o produto, basicamente se resume a dois dos ingredientes da sua composição: o açúcar e o sódio. A fabricante Coca-Cola, que cresceu ocultando seus componentes além da água, quando ameaçada, desenvolveu as versões Diet, as quais, porém, têm mais sódio do que os tradicionais produtos da marca. É que o principal adoçante do refrigerante é o Ciclamato de Sódio. 
Essa carga de problemas, com reflexos na saúde, e um novo e bem montado marketing das indústrias, atualmente estão levando as pessoas a optarem pelos sucos industrializados. No Brasil, esse mercado cresceu 76% na última década. À primeira vista, ótimo. Só que nessa nova onda de bebidas aparentemente mais saudáveis, também há propaganda enganosa - a grande quantidade de açúcar que contém.
A Coca-Cola, preocupada com a campanha de desqualificação do seu principal produto, passou, então, a investir no refrigerante com baixas calorias. Prova disso é a volta do produto Light depois de cinco anos em que sua única opção era a Zero. Então, ao consumidor exigente cabe optar pela nunca contestada água potável e pelo vinho de boa qualidade, este em doses moderadas segundo os especialistas da área.
Como contraponto ao mal que fazem os refrigerantes, algumas providências se impõem: (1ª) a proibição da publicidade de refrigerantes; (2ª) a inserção de advertência dos seus malefícios nas suas embalagens; (3ª) a proibição da venda de refrigerantes nos barzinhos (cantinas) de escolas. Assim como a venda de bebidas de álcool é proibida a menores, por que não fazer o mesmo com os refrigerantes? 
Tomemos o exemplo do cigarro. No Brasil, em face da proibição da sua propaganda, aliada à inserção em suas carteiras de frases de alerta dos problemas que causa o tabaco, cresce célere a consciência da sua rejeição. Com isso, o número de fumantes que em 1989 era 35%, em 2014 caiu para 11%, e com tendência a cair ainda mais

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