terça-feira, 12 de janeiro de 2016

SALÁRIO ATRASADO

causa. É que, em 1961, ingressei no magistério estadual. No entanto, o meu primeiro salário de professor só fui receber depois de 11 meses de atividade. Mas não só. A partir daí, receber com dois meses de atraso, era coisa “normal”. Qual era, então, a reação dos servidores com salários atrasados? Aguardar. Na época não havia sindicalização no serviço público. Greve, nem falar!
O governador Sartori adotou o pagamento parcelado dos salários dos servidores do Estado, gerando, em consequência, greves generalizadas. Ora, os salários têm, por definição, caráter alimentar. Na prática, de fato, quase todo destina-se às necessidades básicas. Quer dizer, destina-se às necessidades vitais das pessoas.
É certo que o governador tomou a decisão porque o Estado está quebrado. Agora, a meu sentir, errou ao nivelar todos os servidores. Neste momento - friso, neste momento -, diria que as polícias não poderiam ter vencimentos parcelados. Deveriam ser a exceção. É que a segurança no Estado, que já era ruim, com as paralisações, oficiais ou disfarçadas, virou tragédia. Muitas pessoas compartilham comigo essa posição, entre elas o Dr. Paulo Madeira.
Outra proposta oportuna ao governador, partida do prefeito José Fortunati, de Porto Alegre, foi no sentido de o Estado se socorrer da Força Nacional, para a qual, ao que parece, Sartori não está dando importância. Outro equívoco. Alguma providência para o setor se impõe já, sob pena de omissão culposa do governador. 
Por outro lado, lembro um marco historio: quem criou o calendário de pagamento dos servidores estaduais, e com ele os pagamentos em dia, foi o governador Peracchi de Barcelos. Antes dele, os atrasos eram comuns. Sei que isso não serve de consolo, mas, pelo menos, desmistifica a ideia de que esta é a primeira vez que o Estado paga com atraso.

TUDO PELA CAUSA
Durante o Mensalão, o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, foi condenado mas não “entregou o ouro”. Agora, no Petrolão, a prática se repete com outro tesoureiro, o João Vaccari Neto. Pela sua postura até aqui, vai ser condenado mas não fará delação premiada. Por quê? Pela causa petista, que deságua no projeto de poder.
Outro preso, Fernando Baiano, o operador do PMDB na Petrobras, está fazendo delação premiada. Por certo, nas “entregas”, irá além do Partido que representa no esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava Jato. Ficarão faltando, então, para que o quadro seja desnudado por inteiro, Dirceu e Vaccari.
João Vaccari Neto, o Rei Midas do PT, e José Dirceu, o estrategista do Partido nos dois maiores escândalos políticos da história, sabem que a limpeza total do Brasil passa pelas suas mãos. Todavia, como militantes disciplinados, vaticina-se: vão preferir prestar serviço ao seu Partido, em desserviço à Pátria. Mas se confessassem o que sabem, o futuro do Brasil seria outro. No entanto, para eles a causa tem prevalência.

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