quinta-feira, 12 de abril de 2018

A MORTE DE MARIELLE

Marielle Franco, vereadora do PSOL/RJ, foi covardemente assassinada. Já escrevi neste espaço ser contra a pena de morte, que se resume em o Estado avocar para si o direito de matar alguém como reparação penal. Assim penso porque a vida, para quem tem fé, é um dom de Deus. Logo, só Ele tem o direito de tirá-la. Portanto, com muito mais razão tenho como injustificável eliminar a quem não se goste ou de quem se divirja. Quem estiver inconformado com ideias contrários, deve combatê-las com as armas dos antagonistas ou, se for o caso, buscar reparação na Justiça. Somente assim é plausível tratar os opostos ou inimigos em um estado democrático de direito. Fora desse caminho será justiça pelas próprias mãos, ou seja, vingança.
O assassinato de Marielle é repugnante. Também repugna o assaque contra a vereadora pela Desembargadora Marília de Castro Neves (TJ-RJ) ao dizer que a edil era comprometida com o crime organizado. Mas, de igual sorte, é deplorável que inescrupulosos tirem proveito do comovente crime. Ocorre que bons sentimentos nem todos têm. Aliás, vimos isso no sepultamento de Marisa Letícia quando Lula, aproveitando-se de um momento em que ninguém, é óbvio, iria contestá-lo, disse que a injustiça que a PF e MPF cometiam contra o casal contribuiu para o óbito da esposa.
Agora, de novo. Se não pela boca do ex-presidente, mas por pessoas próximas a ele e/ou a serviço dele. Desta feita, entre outros, Gleisi Hoffmann e Dilma Rousseff, sem nenhum pudor, apropriaram-se do cadáver da vereadora para a satisfação de interesses mesquinhos. Analise-se, ainda que suscintamente, o que disseram acerca do trágico desfecho da vida de Marielle e seu motorista Anderson Pedro Gomes:
Gleisi, na condição de presidente do PT, associando o crime perpetrado contra a vida da vereadora Marielle à condenação judicial do Lula, em nota publicada pelas redes sociais afirmou que o assassinato “faz parte da mesma escalada autoritária do país”; Dilma, ex-presidente da República, na mesma toada, disse que “faz parte do golpe que começou com o Impeachment”. Como se vê, ambas alimentam delírios persecutórios. Ambas associam fatos e sentimentos incompatíveis entre si.
A propósito, Lula foi processado e, com advogados que pobre não contrata, usou à exaustão todos os recursos previstos no CPP. Mesmo assim, foi condenado. Recorreu, tendo o TRF4 confirmado sua condenação e aumentado a pena - porque as provas contra ele são contundentes. Tem defensores da sua inocência, o que prova, apenas, que a mentira reiterada, como ensinou P. J. Goebbels, vira verdade; já Dilma sofreu Impeachment, também respeitados os cânones legais e com a defesa de renomadíssimos advogados. Mas não só. Tem ainda, contra ela, a Lava-Jato apurando, entre outros, o escândalo da Refinaria de Pasadena, adquirida quando ela era ministra das Minas e Energia, gerando prejuízo de US$ 580 milhões à Petrobras.
P.S. O STF, ao julgar Habeas Corpus do Lula, deu grande passo para “melar” a Lava-Jato. Ah ..., quem mandou a Operação molestar poderosos (Lula, Temer, Aécio, Renan, Cabral, Gleisi ...)? Por isso, se você é preto, pobre ou prostituta, cuide-se! Se, para matar a fome do filho, desviar um pãozinho, não terá HC; terá um “teje preso(a)”!

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